domingo, dezembro 05, 2010

Cruzeiro 2 x 1 Palmeiras

Dia 5 de dezembro de 2010. Domingo. Duas horas da tarde. Saio de casa, vou ao ponto de ônibus. Chego ao centro da cidade em menos de 50 minutos, ando até à rodoviária... pego o Setelagoano saindo da plataforma:


Pago a passagem, coisa de 16 reais. Distraído, entrego duas notas de vinte ao cobrador; ele percebe meu engano e devolve-me a nota extra. Anota o troco da minha passagem, no verso, pois é a sua primeira viagem do dia e ele veio sem nada.

A viagem até Sete Lagoas transcorre sem maiores problemas, sem engarrafamento, sem nada. A maioria das pessoas certamente não está indo para o jogo, e portanto há uma calmaria dentro do ônibus. A maioria dorme.

Desço na rodoviária por volta das 16:15. Pego meu troco, e caio no engano de comprar um suco enlatado ali mesmo... quatro reais. E nem estava tão gelado assim. Ou será que é o calor que está demais?

Saio da rodoviária. Pego um ônibus (Novo Progresso, se não me engano). Pago os dois reais e cinco centavos de passagem... ele perambula por uns dois ou três bairros antes de chegar ao estádio, que fica fora da cidade. Até então, vejo pouco movimento de torcida (dentro do ônibus, apenas eu e mais dois). Só ao chegar na avenida próxima à parada, é que vejo a movimentação de pessoas:


Ando um pouco, e já avisto a entrada do estádio:


Nessa hora, aproximadamente quatro e meia, o calor era tremendo. Pior ainda, a fila para entrar era enorme. E debaixo do sol. Bom brasileiro que sou, entrei logo na fila... e nem me dei conta de que o estádio tem mais de um portão! Para a minha sorte, meu ingresso era dali mesmo, portão 2... mas, já pensou?

Muito se reclama das torcidas organizadas, mas pouco se fala da desorganização geral dos realizadores do evento. Exemplo: havia guichês separados para quem era estudante... só que isso não era sinalizado em local algum, e todas as pessoas acabavam entrando nas mesmas duas filas que se formavam. Acabava que, quando o indivíduo entregava os documentos para o fiscal conferir, ele repetia o mantra "seu guichê não é este, é ao lado". Sim, ótima receita para criar confusão: deixa o cidadão plantado debaixo de um sol de trinta e cinco graus Celsius, por meia hora, e só então avisa a ele que não é ali que ele deveria estar. Fora isso, quando o jogo iniciou-se (sim, eu perdi o início da partida, e sim, levei mais de meia hora para entrar), a polícia anunciava, aos berros, que um novo guichê fora aberto ao lado. Foi o suficiente para provocar correrias entre os torcedores que se encontravam no final das filas. Daquilo para um arrastão, pouco faltava.

Enfim, consegui entrar, e ver como era esse estádio por dentro:


A torcida estava mais preocupada com os jogos dos adversários que com a partida que presenciavam ao vivo. Tanto é que só teve grito empolgado depois que o Goiás fez 1 a 0 no Corinthians.


O jogo foi bom para destacar o quanto o Gilberto é melhor que o Roger, o quanto o Rômulo é limitado, o quanto o Cruzeiro precisa de um centroavante e o quanto o Montillo é o cara... ele joga muito, correu o campo todo, até o final do segundo tempo... mesmo com o Palmeiras abrindo o placar, mesmo com o festival de gols perdidos pelo Cruzeiro, mesmo com o calor e a péssima estrutura de banheiros e de bares do estádio (treze conto num tropeiro + refri!), com tudo isso, o jogo valeu, pois o time correu o tempo todo. E, no fim, restou à torcida festejar novamente.


Temeroso em refazer todo o percurso estádio-rodoviária-belo horizonte, procurei por uma carona dali para casa... não consegui, mas o transporte clandestino que nunca nos falta acabou por oferecer uma alternativa razoável, e eu voltei, dentro de uma van, com um monte de gente conformada com a perda do título, e feliz da vida por ter retirado o Corinthians da vice-liderança (além de conquistar a vaga na fase de grupos da Libertadores, o Cruzeiro abocanhou um milhão de reais a mais na premiação do campeonato por ter tomado a segunda colocação dos paulistas). Daí foi voltar a BH, já no escuro.


Daí, descemos na rodoviária, peguei meu ônibus de volta para casa, e aqui estou.

Agora, com licença, mas eu tenho muuuuuita Geologia Econômica para estudar...

E.

7 comentários:

  1. Mas também, Junim, a gente tá no Brasil...
    Por mais que tenha havido certo planejamento, esse estádio nunca esteve realmente preparado para sediar Campeonato Brasileiro, né?
    Essas coisas só se vão ajeitando com a prática, mesmo (eu espero)...

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  2. Pois é, Felipe! E o Cruzeiro já está mexendo os pauzinhos pra ter jogo da Libertadores nesse estádio... imagina só, sem separação física entre as torcidas, como que vai ficar. O estádio é realmente muito limitado. Espero que o Independência não tenha sido planejado na mesma toada.

    Abração, e valeu pelo comentário!

    E.

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  3. Sinto saudades do Mineirão, no entanto imagino como deva ser aventurar-se por aí em busca de um estágio que ainda não tive o prazer de conhecer...
    Pô to com saudade demais do tropeirão...Será que quando a reforma estiver concluída, o tropeirão volta? Tenho lá minhas dúvidas...
    Gostei do artigo, parabéns!!

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  4. Soninha,

    Foi interessante ir à Sete Lagoas, mas eu devo reconhecer que foi muita sorte de minha parte que tudo tenha dado certo!

    Meu medo é só o tropeirão voltar acima de 10 reais... e o ingresso, meia entrada, a 20! Fica osso de se comparecer ao estádio assim.

    Valeu pelo comentário!

    E.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Sinto saudades do Mineirão, no entanto imagino como deva ser aventurar-se por aí em busca de um estádio que ainda não tive o prazer de conhecer...
    Pô to com saudade demais do tropeirão...Será que quando a reforma estiver concluída, o tropeirão volta? Tenho lá minhas dúvidas...
    Gostei do artigo, parabéns!!

    Ps: Ando estagiando tanto, que dei pra trocar estádio pra estágio.o/
    Isso que vc falou é verdade mesmo...Pode ser que o Mineirão vire coisa de barão...Credooo já pensou???

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  7. Soninha,

    Nem quero pensar nisso. Quando fui ao Mineirão nos setores cadeira inferior e cadeira especial, tive muitos problemas com o pessoal que simplesmente não curte ficar de pé, cantando e empurrando o time. Já imaginou 70.000 lugares para esse tipo de gente? Credo...

    E.

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