quarta-feira, julho 22, 2009

Sumiço, Parte 2

Pessoas que seguem esse blog (???), desculpem pelo sumiço... ao contrário do esperado, não estou de férias... para piorar, daqui a 2 semanas reiniciam as minhas aulas e a minha matrícula ainda não foi aceita pela coordenação do curso. Parece que não teremos formatura no final desse ano :(

Isso tudo retira meu tempo de me dedicar ao RPG... estou fazendo um mapa para o pessoal da Spell, também peguei um editor de PDF massa (Scribus) para distribuir meu trabalho em uma formatação mais convidativa, etc. Vamo que vamo, parado eu não estou!!!

Espero que vocês não desistam do blog... eu ainda estou apredendo a acrescentar conteúdo a ele. Com o tempo, eu acabo pegando o jeito :D

Abraços,

E.

sábado, julho 11, 2009

Eu e o RPG

Não sei se já disse aqui, mas comecei a jogar RPG em 1995, com o First Quest. Naquela época, o RPG era um ilustre desconhecido de tudo e de todos, a White Wolf tinha acabado de lançar Vampiro: A Máscara e a Wizards of the Coast ainda operava no porão da casa do Peter Adkinson. A TSR comandava o cenário mundial há pelo menos uma década.

Meu primeiro personagem foi um elfo guerreiro/mago. Eu fui o último a chegar na sessão de jogo, e só tinha duas escolhas de personagem: o elfo ou um humano mago. O humano mago tinha 4 pontos de vida, atacava com uma adaga e fazia uma magia. O elfo tinha 7 pontos de vida, atacava com cajado ou arco e também fazia uma magia. Eu decidi pelo elfo.

Meus finais de semana foram direcionados àquele jogo, muitas vezes em detrimento dos meus estudos (eu fazia curso técnico na época, com aulas de manhã, tarde e começo da noite, e só tinha como horários de estudo e de descanso os meus finais de semana). No fim das contas, creio que foi uma boa troca, porque sem o RPG eu teria me distanciado de ótimos amigos. Amigos que, hoje, eu nem vejo tanto, mas com os quais eu criei laços mais duradouros: sou o padrinho de casamento de um deles, por exemplo. O mundo atual tem disto: você não tem mais tempo de encontrar-se com as pessoas que realmente gostaria, e isso compromete amizades mais duradouras. Somando-se a amizade prévia, o RPG permitiu que aquela amizade entrasse já em sua segunda década. Não é o tipo de coisa que se vê todo dia, ou em toda vida.

Mas, por mais que eu goste muito daqueles caras, eu não estou escrevendo aqui para falar deles. A ideia aqui é falar de como o RPG me ajudou com uma outra coisa: a capacidade de tolerar (e superar) adversidades.

Eu acabei por reprovar meu terceiro ano, fiquei para trás. Meus pais, até hoje, acreditam que era porque eu jogava muito RPG... nem era, nem estava jogando na época. E aquela reprovação foi algo bem mais pessoal: se criar coragem, qualquer dia falo dela. Enfim, repeti o ano, e terminei o segundo grau no ano seguinte (1998). Sim, eu sou velho desse tanto...

Entrar na universidade foi outra odisséia: três vestibulares, três anos entre trabalho e estudos e namoros e desencontros. De estável na minha vida, só mesmo o RPG. O relacionamento que eu desenvolvi com esse jogo superou edições, gostos e algumas pessoas. Enquanto o AD&D durou, eu joguei com aquele Guerreiro/Mago. Ou seja, aposentei-o em 2001. Era um personagem já incrivelmente poderoso, mas que ainda me cativava muito, porque superara muitos desafios, muitas adversidades, sempre contando com o apoio de seus amigos (os personagens dos meus amigos). Em sua evolução, pude acrescentar o kit de bladesinger (Trovador da Lâmina) de AD&D, quer era realmente muito poderoso. A história daquele elfo bladesinger tornou-se ainda mais rica ao longo do tempo...

Eu sempre soube separar a fantasia da realidade, mas quando o seu personagem torna-se o líder planetário da primeira linha de defesa contra um exército de invasores interplanares... você se deixa carregar. É algo grandioso demais, bonito demais, e quando você começa a interpretar ao invés de rolar os dados, você realmente vê o potencial da personalidade de um indivíduo. em seu personagem, e começa a se perguntar: e se essa pessoa realmente existisse? Então, ao invés de ordenar movimentos de tropas, ataques-surpresa, evacuações e ataques suicidas, eu interpretava um indivíduo compromissado com a sobrevivência dos dois lados (que é o que , na minha opinião, um indivíduo que realmente existisse tentaria: ganhar a guerra sem levá-la até o último soldado). Eu falhei, mas nem por isso foi o fim do mundo. O mundo continuou, a história continuou, outros desafios (menores e, por vezes, maiores) surgiram... assim como é na vida.

Agora, dou um salto de 10 anos no tempo, e me vejo em 2009, aos 29 anos de idade (30 em outubro), e vejo minha vida cercada de adversidades: ainda depender dos pais, estar longe de meus amigos, não ter mais como jogar um RPG, agarrado em uma graduação que parece não ter fim... e, hoje, agradeço a Deus por ter colocado o RPG na minha vida, pois ele me ensinou a abstrair certas adversidades, e me concentrar naquilo que realmente pode ser feito.

Pode parecer papo de autoajuda... mas qualquer pessoa que pare para pensar e se veja em uma situação como essa, onde a distância entre o que você quer e o que você tem faz com que você se sinta tão pequeno quanto um grão de sal, como se você estivesse sozinho no meio de um oceano, onde não se vê o ponto de saída e nem o ponto de chegada... qualquer pessoa perderia a cabeça.

... exceto se essa pessoa já foi um elfo bladesinger.

E.

quinta-feira, julho 09, 2009

Começou a clarear o tempo...

Em um jornal daqui de Minas Gerais, apareceu uma reportagem muito interessante, dando um panorama do que é o RPG, e ainda citando algumas "perseguições" das quais o jogo foi vítima. Vale a pena conferir e encaminhar para os colegas RPGistas e para aqueles que não tenham conhecimentos sobre o RPG. O endereço da página é:

http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=47502

Espero que novas iniciativas dessa natureza se multipliquem pelos jornais do nosso país. Boa leitura para todos!

E.

segunda-feira, julho 06, 2009

Caso Ouro Preto: Todos Inocentados, Menos o RPG!

Saiu, nesse último sábado, a sentença do julgamento dos três acusados de matar a estudante Aline em um cemitério de Ouro Preto. Todos foram inocentados por falta de provas: os próprios representantes da acusação reconheceram, em determinado momento, que as evidências encontradas no local do crime não foram devidamente preservadas e/ou analisadas pela polícia. O que isso quer dizer, em outras palavras, é que a incompetência dos investigadores destruiu as evidências que poderiam levar ao criminoso.

E então, caso encerrado, todo o mundo inocentado, fica tudo bem? É evidente que não: o assassino ainda está à solta. Cabe, portanto, à polícia da cidade o desenvolvimento de uma nova linha de investigações que permita elucidar o caso. De preferência, uma que seja associada àquilo que foi encontrado na cena do crime, e não na casa onde estava a estudante e seus amigos. Sim, porque não havia indício algum de que houvesse ocorrido uma sessão de RPG na cena do crime... nem 1d10 que fosse. Imagine o seguinte: uma pessoa vem te visitar, planejando ficar um final de semana na tua casa... daí, essa pessoa é assassinada... daí, a polícia entra na tua casa, e vê que você tem livros de RPG (ou fitas de filmes de terror, ou um jogo tipo o GTA instalado no seu computador, etc). Ato contínuo, a polícia te inclui como suspeito, e ainda associa o crime ao RPG/filme/jogo de computador. Pois é, foi mais ou menos isso que aconteceu... cuidado com os livros/jogos/filmes que você tem em casa!

O mais triste de tudo é que a mídia contiua dizendo que o crime ocorreu como sendo "um ritual satânico associado ao RPG". Ou seja, foi todo o mundo inocentado, menos o RPG. O nosso passatempo continua sendo "mentor intelectual" de um assassinato, mesmo com as investigações acerca desse assunto encerradas... uma pena: a mídia poderia noticiar tantas coisas sobre o RPG (como o RPGCON, realizado nesse último final de semana), mas ainda se prende a falar do crime. Vende-se mais jornais dessa forma, devo reconhecer...

Bom, ao menos os inocentes foram inocentados, que é o mais importante. Agora, trabalhemos para que o nosso querido RPG seja também inocentado. Foram 10 anos para inocentar as pessoas... quanto tempo mais para inocentar o RPG?

E.

sexta-feira, julho 03, 2009

Não se preocupem: eu estou vivo...

Um pouco abalado com o final de semestre na UFMG, mas ainda assim, vivo... o blog será atualizado assim que possível... esperem mais 15 dias...

E.